Sobre o evento
“Acqua” foi o conceito selecionado que serviu como base para a criação das coleções a serem apresentadas nesta edição do UMODA.
A água é um elemento de enorme poder para a vida humana e para todo o ecossistema. Alterando o seu estado conforme a temperatura, a água muda conforme a rotação do planeta provocando correntes marítimas. A água reage às vibrações do som, movendo-se, transformando-se e incorporando nelas, as cores refletidas. A sua força consegue destruir ou nutrir a vida humana, é um dos elementos mais essenciais no planeta.
A sua relação com o ser humano tem sido excessiva, devido à poluição de rios e mares e ao contínuo abuso dos recursos naturais, o que gera escassez de água no planeta e ao degelo. Com o evento, pretende-se sensibilizar a comunidade para esta questão.
ACQUA VIVA: “Viva porque reage, porque provoca reação, porque interage e porque gera vida.”
Organização
A organização deste evento deve-se à colaboração dos alunos do Mestrado em Design de Comunicação de Moda e dos alunos da Licenciatura em Design e Marketing de Moda. Juntos, os dois cursos da Universidade do Minho, com apoio dos professores e da própria Instituição, apresentam à comunidade os projetos desenvolvidos pelos alunos ao longo do ano. Projetos que passam pela conceptualização e concretização de peças de moda, mas também do próprio evento que tem como objetivo mostrar a criatividade dos alunos e conscientizar a população sobre o uso da água.
Local
Escola de Engenharia, edifício 11, do Campus Azurém, da Universidade do Minho
Dia 7 de junho de 2019
Transmissão às: 19h30
A ambivalência agitação/calmaria do mar associam- se agora à dinâmica da vida humana. Nas ondas, encontramos o movimento relacionado com o ciclo da existência. As ondulações remetem à fase de vivência do Homem – nasce, morre e renasce. Neste processo identificamos o processo de nascimento, transformação e decadência até ao seu ressurgimento, ou seja, início de um novo começo. Associado a esta simbologia da vida, refletimos a ideologia da água, a “propriedade divina de dar e tirar vida”. A figura humana interliga- se com a ambivalência do mar e dissolve-se com o ciclo da vida. A força divina e o encanto do mar conectam-se ao Homem e consome-o. Esta relação entre a ideologia da vida do homem e o mar, permite-lhe repensar e refletir sobre si e o que o rodeia. A partir disto, cria-se a analogia com cada soçobro devorado pelo mar. Seres, estátuas, navios... todos afundam, e morrem, mas posteriormente, ganham uma nova vida, renascem, criando assim uma beleza degradada. Uma “nova vida” é criada pela cobertura de texturas e cores criadas sobre cada elemento, que ficam presos pela força imponente do mar.
O que fazemos hoje transforma aquilo que primeiramente nos deu vida.
Para o desenrolar de um conceito vivo e expressivo foi feita uma análise da água enquanto personagem principal, num enredo denotado pela mutação e transmutação de conhecimentos. Na qual é evidente um conjunto de transformações que a mesma tem o poder de desencadear.
Uma interpretação simplesmente complexa e intercalada com a realidade mundanas, tomando como ponto de inspiração as consequências da sua ação.
É realizada uma análise surreal que se desenvolve num paralelismo contraditório entre a imposição ambígua da água enquanto elemento essencial para toda a vida na Terra, e elemento impulsionador de mudança e “envelhecimento”. Através de um dégradé premeditado da energia e poder inovador no elemento H2O, são evidenciados distintos parâmetros da sua ação física e química. Em suma, é imposta uma observação crítica, que pretende consciencializar os indivíduos para a prática dos recursos, nomeadamente daquele que se caracteriza enquanto fundamental.
Analogia entre o reflexo da água com o trajeto que a sociedade tem percorrido ao longo dos tempos. Tendo como inspiração o percurso do rio, nas suas mudanças e nas diferentes características que vai tendo no decorrer do leito. Acontece em três fases:
1ª FASE - NASCENTE: reflexo intenso, límpido, puro e sem contaminação.
2ª FASE - LEITO: reflexo menos translucido e gradualmente mais contaminado.
3ª FASE - FOZ: reflexo inexistente, turvo e poluído.
A água é poderosa. Naufrágios, cheias, tsunamis, tempestades, etc, são fenómenos causados pela força da água e capazes de extrema destruição e consequências irreparáveis. Segundo Philip N. Froelich, um professor de oceanografia, um tsunami é basicamente como cem tanques irem contra alguém. Apesar de ser um líquido e fluída, opera como um martelo sólido (Chang, 2011) e, como fluído, pode deslizar em torno de alguns objetos como colunas redondas. Além disso, também reúne detritos - sujidade, carros, árvores- enquanto flui. Estes transformam-se em projéteis adicionados e podem criar ainda mais destruição ao colidirem com outros objetos. Mesmo que a onda só venha até os joelhos, a força é suficiente para derrubar uma pessoa.
É neste sentido que o projeto irá correr, sendo que focará em representar esta violência da água, apostando na representação da destruição em primeiro plano. Pretende-se, com isto, expor uma visão mais austera da água, numa tentativa de afastar este tema dos paradigmas e estereótipos da serenidade e purificação e, pelo contrário, transmitir a beleza da destruição que este elemento pode causar. A violência e destruição da água, por vezes bíblica, é capaz de estragos inimagináveis. É uma força da natureza incontrolável, que merece ser tanto temida, como admirada e respeitada. No fundo, procura-se explorar e representar esta destruição deixada pela água, os destroços, a decomposição, a confusão, o caótico.
O conceito desta coleção visa um percurso hipotético daquilo que foram os primórdios da vida no planeta. Iniciando este percurso no meio aquático, passando pela evolução dos seres, até estes se tornarem suficientemente desenvolvidos para alcançar a terra, e do seu retorno a esse mesmo mundo aquático após este se tornar a única opção de sobrevivência.
Este conceito terá uma gradação que varia entre as ideias leveza e a força, correspondendo respetivamente, ao início da vida em meio aquático e ao seu regresso no final. Ocorrendo um meio termo entre estes dois polos distintos, que corresponderá à passagem dos seres vivos pela terra.
A partir destas ideias, relacionar-se-ão a essência humana com o retorno à sua origem, prevendo o sistema distópico a que o nosso modo de vida levará.
Percurso: Numa primeira fase, é retratada a criação e o nascimento do homem. Designando a água como a sua principal fonte de vida, esta representa a sua permanente relação de equilíbrio e harmonia com a natureza. O seu existir retrata-se apenas na forma de evoluir por si mesmo e encontrar-se no mundo com a tarefa de construir a sua existência com sentido.
Como segunda fase, apresenta-se a transformação da natureza do homem e o inicio da distopia. A partir do seu crescimento e evolução, este sente a necessidade de sair da água. O momento em que pisa a terra pela primeira vez, marca o inicio de uma mudança irreversível. Ao longo do tempo o homem perde a sua ligação com a sua natureza. Neste processo de desenvolvimento distancia-se da sua essência, tornando-se negativo, egocêntrico, petulante e tirano. Deste modo, o homem gera pensamentos e ações negativas que poluem e avassalam o que o rodeia.
Na terceira fase é exposta a distopia que retrata o futuro do homem. A decadência da terra criada pela poluição e corrosão da natureza é a principal preocupação do homem. Como sobreviver? Esta é a grande questão. Um presente duvidoso, onde o homem perde a sua capacidade de agir e pensar, mas vê-se obrigado a tomar decisões. É nesta vertente de desconforto e ansiedade, que este sente necessidade de retornar ás suas origens e sentir de novo equilíbrio e estabilidade. Neste renascer este já não encontra o que outrora deixou. Neste cenário de conflito e desequilíbrio o homem embarca numa distopia que retrata a sua vida debaixo de água e como se relaciona e lida com as consequências das suas ações.
A poluição é um tema cada vez mais debatido na sociedade, mas ainda as- sim continua a ser frequente. É estimado que cada pessoa consuma cerca de 136kg de plástico descartável por ano, que eventualmente acabam no oceano. A 1600 metros de profundidade, ainda é possível encontrar vestígios da pegada humana, nomeadamente garrafas e cadeiras de plástico. O plástico não se degrada, no máximo decompõe-se em micropartículas, que por sua vez acabam por ser ingeridas pelos peixes mais pequenos, posteriormente pelos peixes maiores e por aí adiante. Deste modo afeta toda a cadeia alimentar, contaminando a alimentação e saúde do ser humano. Na verdade, está provado que é preciso moldar o futuro da água! É necessária uma mudança imediata na atitude do ser humano perante a mesma, visto que com os comportamentos que se estenderam até hoje, estão a destruí-la e, consequentemente, a autodestruir a vida humana. O presente conceito, pretende alertar a sociedade moderna para a poluição inconsciente da água que, com os consumos irresponsáveis do plástico, afeta o bem mais essencial da vida. Embora uma chamada de atenção seja um passo positivo, é preciso muito mais do que isso. É necessário agir, fazer mais escolhas certas e menos erradas, preferir o ambiente ao ego e luxos desmedidos, pensar nas consequências das ações. Uma escolha premeditada dos materiais a conter nas embalagens, no número de embalagens que se compra e no descarte das mesmas, são como pequenas ações que orientarão a humanidade num caminho certo. Conclui-se, que o necessário para a restauração plena do bem mais essencial, passa por uma reflexão pessoal e do mundo por parte de cada cidadão, uma vez que todas as ações importam.
Conceito
A ambivalência agitação/calmaria do mar associam- se agora à dinâmica da vida humana. Nas ondas, encontramos o movimento relacionado com o ciclo da existência. As ondulações remetem à fase de vivência do Homem – nasce, morre e renasce. Neste processo identificamos o processo de nascimento, transformação e decadência até ao seu ressurgimento, ou seja, início de um novo começo. Associado a esta simbologia da vida, refletimos a ideologia da água, a “propriedade divina de dar e tirar vida”. A figura humana interliga- se com a ambivalência do mar e dissolve-se com o ciclo da vida. A força divina e o encanto do mar conectam-se ao Homem e consome-o. Esta relação entre a ideologia da vida do homem e o mar, permite-lhe repensar e refletir sobre si e o que o rodeia. A partir disto, cria-se a analogia com cada soçobro devorado pelo mar. Seres, estátuas, navios... todos afundam, e morrem, mas posteriormente, ganham uma nova vida, renascem, criando assim uma beleza degradada. Uma “nova vida” é criada pela cobertura de texturas e cores criadas sobre cada elemento, que ficam presos pela força imponente do mar.
O que fazemos hoje transforma aquilo que primeiramente nos deu vida.
Para o desenrolar de um conceito vivo e expressivo foi feita uma análise da água enquanto personagem principal, num enredo denotado pela mutação e transmutação de conhecimentos. Na qual é evidente um conjunto de transformações que a mesma tem o poder de desencadear.
Uma interpretação simplesmente complexa e intercalada com a realidade mundanas, tomando como ponto de inspiração as consequências da sua ação.
É realizada uma análise surreal que se desenvolve num paralelismo contraditório entre a imposição ambígua da água enquanto elemento essencial para toda a vida na Terra, e elemento impulsionador de mudança e “envelhecimento”. Através de um dégradé premeditado da energia e poder inovador no elemento H2O, são evidenciados distintos parâmetros da sua ação física e química. Em suma, é imposta uma observação crítica, que pretende consciencializar os indivíduos para a prática dos recursos, nomeadamente daquele que se caracteriza enquanto fundamental.
Analogia entre o reflexo da água com o trajeto que a sociedade tem percorrido ao longo dos tempos. Tendo como inspiração o percurso do rio, nas suas mudanças e nas diferentes características que vai tendo no decorrer do leito. Acontece em três fases:
1ª FASE - NASCENTE: reflexo intenso, límpido, puro e sem contaminação.
2ª FASE - LEITO: reflexo menos translucido e gradualmente mais contaminado.
3ª FASE - FOZ: reflexo inexistente, turvo e poluído.
A água é poderosa. Naufrágios, cheias, tsunamis, tempestades, etc, são fenómenos causados pela força da água e capazes de extrema destruição e consequências irreparáveis. Segundo Philip N. Froelich, um professor de oceanografia, um tsunami é basicamente como cem tanques irem contra alguém. Apesar de ser um líquido e fluída, opera como um martelo sólido (Chang, 2011) e, como fluído, pode deslizar em torno de alguns objetos como colunas redondas. Além disso, também reúne detritos - sujidade, carros, árvores- enquanto flui. Estes transformam-se em projéteis adicionados e podem criar ainda mais destruição ao colidirem com outros objetos. Mesmo que a onda só venha até os joelhos, a força é suficiente para derrubar uma pessoa.
É neste sentido que o projeto irá correr, sendo que focará em representar esta violência da água, apostando na representação da destruição em primeiro plano. Pretende-se, com isto, expor uma visão mais austera da água, numa tentativa de afastar este tema dos paradigmas e estereótipos da serenidade e purificação e, pelo contrário, transmitir a beleza da destruição que este elemento pode causar. A violência e destruição da água, por vezes bíblica, é capaz de estragos inimagináveis. É uma força da natureza incontrolável, que merece ser tanto temida, como admirada e respeitada. No fundo, procura-se explorar e representar esta destruição deixada pela água, os destroços, a decomposição, a confusão, o caótico.
O conceito desta coleção visa um percurso hipotético daquilo que foram os primórdios da vida no planeta. Iniciando este percurso no meio aquático, passando pela evolução dos seres, até estes se tornarem suficientemente desenvolvidos para alcançar a terra, e do seu retorno a esse mesmo mundo aquático após este se tornar a única opção de sobrevivência.
Este conceito terá uma gradação que varia entre as ideias leveza e a força, correspondendo respetivamente, ao início da vida em meio aquático e ao seu regresso no final. Ocorrendo um meio termo entre estes dois polos distintos, que corresponderá à passagem dos seres vivos pela terra.
A partir destas ideias, relacionar-se-ão a essência humana com o retorno à sua origem, prevendo o sistema distópico a que o nosso modo de vida levará.
Percurso: Numa primeira fase, é retratada a criação e o nascimento do homem. Designando a água como a sua principal fonte de vida, esta representa a sua permanente relação de equilíbrio e harmonia com a natureza. O seu existir retrata-se apenas na forma de evoluir por si mesmo e encontrar-se no mundo com a tarefa de construir a sua existência com sentido.
Como segunda fase, apresenta-se a transformação da natureza do homem e o inicio da distopia. A partir do seu crescimento e evolução, este sente a necessidade de sair da água. O momento em que pisa a terra pela primeira vez, marca o inicio de uma mudança irreversível. Ao longo do tempo o homem perde a sua ligação com a sua natureza. Neste processo de desenvolvimento distancia-se da sua essência, tornando-se negativo, egocêntrico, petulante e tirano. Deste modo, o homem gera pensamentos e ações negativas que poluem e avassalam o que o rodeia.
Na terceira fase é exposta a distopia que retrata o futuro do homem. A decadência da terra criada pela poluição e corrosão da natureza é a principal preocupação do homem. Como sobreviver? Esta é a grande questão. Um presente duvidoso, onde o homem perde a sua capacidade de agir e pensar, mas vê-se obrigado a tomar decisões. É nesta vertente de desconforto e ansiedade, que este sente necessidade de retornar ás suas origens e sentir de novo equilíbrio e estabilidade. Neste renascer este já não encontra o que outrora deixou. Neste cenário de conflito e desequilíbrio o homem embarca numa distopia que retrata a sua vida debaixo de água e como se relaciona e lida com as consequências das suas ações.
A poluição é um tema cada vez mais debatido na sociedade, mas ainda as- sim continua a ser frequente. É estimado que cada pessoa consuma cerca de 136kg de plástico descartável por ano, que eventualmente acabam no oceano. A 1600 metros de profundidade, ainda é possível encontrar vestígios da pegada humana, nomeadamente garrafas e cadeiras de plástico. O plástico não se degrada, no máximo decompõe-se em micropartículas, que por sua vez acabam por ser ingeridas pelos peixes mais pequenos, posteriormente pelos peixes maiores e por aí adiante. Deste modo afeta toda a cadeia alimentar, contaminando a alimentação e saúde do ser humano. Na verdade, está provado que é preciso moldar o futuro da água! É necessária uma mudança imediata na atitude do ser humano perante a mesma, visto que com os comportamentos que se estenderam até hoje, estão a destruí-la e, consequentemente, a autodestruir a vida humana. O presente conceito, pretende alertar a sociedade moderna para a poluição inconsciente da água que, com os consumos irresponsáveis do plástico, afeta o bem mais essencial da vida. Embora uma chamada de atenção seja um passo positivo, é preciso muito mais do que isso. É necessário agir, fazer mais escolhas certas e menos erradas, preferir o ambiente ao ego e luxos desmedidos, pensar nas consequências das ações. Uma escolha premeditada dos materiais a conter nas embalagens, no número de embalagens que se compra e no descarte das mesmas, são como pequenas ações que orientarão a humanidade num caminho certo. Conclui-se, que o necessário para a restauração plena do bem mais essencial, passa por uma reflexão pessoal e do mundo por parte de cada cidadão, uma vez que todas as ações importam.
Patrocinios e Apoios
Departamento de Engenharia Têxtil
Universidade do Minho Campus de Azurém
4800-058 Guimarães
Portugal
Telefone:+351 253510280
(Chamada para a rede fixa nacional)
E-mail: carla@det.uminho.pt
Helder Manuel Teixeira Carvalho
director@det.uminho.pt
Tel: +351253510296
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